Resultado da pesquisa (2)

Termo utilizado na pesquisa Barbosa-Ferreira M.

#1 - Brachiaria spp. poisoning in cattle in Mato Grosso do Sul, Brazil, 30(12):1036-1042

Abstract in English:

ABSTRACT.- Souza R.I.C., Riet-Correa F., Barbosa-Ferreira M., Brum K.B., Fernandes C.E. & Lemos R.A.A. 2010. [Brachiaria spp. poisoning in cattle in Mato Grosso do Sul, Brazil.] Intoxicação por Brachiaria spp. em bovinos no Mato Grosso do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1036-1042. Departamento de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Av. Senador Filinto Müller 2443, Cx. Postal 549, Campo Grande, MS 79070-900, Brazil. E-mail: carvalhomv6@hotmail.com The epidemiology, clinical signs and pathology of 29 outbreaks of spontaneous poisoning by Brachiaria spp. in beef cattle, which occurred from March 1996 to November 2009, in the state of Mato Grosso do Sul, were retrospectively studied. For this, the files of the Veterinary Pathology Laboratory at the Federal University of Mato Grosso do Sul were reviewed. Outbreaks occurred at different times of the year, including dry and rainy seasons. While photosensitization was the main clinical sign in cattle from 24 out of 29 outbreaks, in five of them the main clinical sign was progressive wasting, without photosensitization. Eleven outbreaks of photosensitization occurred in pastures of Brachiaria decumbens, two in mixed pastures of B. decumbens and B. brizantha, and one in B. brizantha. In 10 outbreaks the species of Brachiaria was not informed. Morbidity ranged from 0.2% to 50%, and fatality rates were between 44.4% and 100%. In cases of photosensitization brisket edema was the most frequent clinical sign observed. Dermatitis with thickened skin of the flank and perineal region, scar retraction of the ears, jaundice, ocular discharge, crusts in the eyes and ears, and ulceration of the ventral surface of the tongue were also observed. Nervous signs were observed in two cases and diarrhea in one. At necropsy the liver was enlarged, yellowish, with increased lobular pattern, and occasionally with depressed whitish areas. The kidneys were brownish and the urine dark. Upon histological examination of the liver the hepatocytes were swollen and vacuolized. Individual necrosis of hepatocytes, bile duct cell proliferation, biliary retention, and mild to moderate periportal fibrosis were also observed. In all cases foamy macrophages, most in groups, were observed mainly in the centrilobular region. In 21 cattle birefringent crystals were observed within the bile ducts. Five outbreaks of progressive wasting were observed in cattle grazing B. decumbens pastures. The main lesion was an enlarged yellowish liver. Histologic lesions were similar to those observed in cases of photosensitization. Birefringent crystals were observed in the liver of three cases, but foamy macrophages were found in all animals. It is concluded that B. decumbens is more toxic than B. brizantha and that the poisoning occurs at any time of the year. Nevertheless, research is still necessary to determine variations in the saponin content of Brachiaria species and the probable differences on susceptibility/resistance to the poisoning of cattle of different ages, breeds and from different regions.

Abstract in Portuguese:

RESUMO.- Souza R.I.C., Riet-Correa F., Barbosa-Ferreira M., Brum K.B., Fernandes C.E. & Lemos R.A.A. 2010. [Brachiaria spp. poisoning in cattle in Mato Grosso do Sul, Brazil.] Intoxicação por Brachiaria spp. em bovinos no Mato Grosso do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(12):1036-1042. Departamento de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Av. Senador Filinto Müller 2443, Cx. Postal 549, Campo Grande, MS 79070-900, Brazil. E-mail: carvalhomv6@hotmail.com Mediante a revisão dos arquivos das fichas de necropsia do Laboratório de Patologia Animal, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, foram estudados a epidemiologia, o quadro clínico e a patologia de 29 surtos de intoxicação por Brachiaria spp., ocorridos em bovinos de corte, no Mato Grosso do Sul, de março de 1996 a novembro de 2009. Os surtos ocorreram em todas as épocas do ano, tanto na seca quanto na chuva. Em 24 dos 29 surtos o principal sinal clínico foi a fotossensibilização e em cinco o principal sinal foi o emagrecimento progressivo. Dos 24 surtos de fotossensibilização, 11 ocorreram em pastagens de B. decumbens, dois em pastagens mistas de B. decumbens e B. brizantha, um em B. brizantha e em 10 surtos não foi informada a espécie de Brachiaria envolvida. A morbidade variou de 0,2% a 50% e a letalidade de 44,4% a 100%. Nos casos de fotossensibilização o edema de barbela foi o sinal clínico mais encontrado em bovinos, seguido de dermatite com pele espessada no flanco e períneo, retração cicatricial auricular, icterícia, corrimento ocular. crostas auriculares e oculares, e ulcerações na parte ventral da língua. Em dois surtos foram observados sinais nervosos e em um, diarréia. Nas necropsias o fígado estava aumentado de tamanho, amarelado, com padrão lobular aumentado e, ocasionalmente, com áreas esbranquiçadas e deprimidas. Os rins estavam acastanhados e a urina escura. No exame histológico do fígado encontrou-se tumefação e vacuolização de hepatócitos, proliferação de células epiteliais dos ductos biliares, retenção biliar, fibroplasia periportal discreta ou moderada e infiltrado mononuclear periportal. Todos os casos de fotossensibilização apresentaram macrófagos espumosos no parênquima hepático e em 21 foram observados cristais birrefringentes nos ductos biliares. Cinco surtos com emagrecimento progressivo dos bovinos afetados foram diagnosticados em pastagens de B. decumbens. A principal lesão macroscópica foi o fígado aumentado de volume e amarelado. No estudo histológico, as lesões foram semelhantes às observadas nos casos de fotossensibilização, sendo que cristais refringentes nos ductos biliares foram observados em três animais. Conclui-se que B. decumbens é mais tóxica que B. brizantha e que a intoxicação ocorre, principalmente, em bovinos jovens nas diferentes épocas do ano. No entanto, pesquisas são necessárias para determinar as variações no conteúdo de saponinas litogênicas em Brachiaria spp. e as diferenças de resistência/susceptibilidade à intoxicação de bovinos de diferentes idades e raças em diferentes regiões.


#2 - Experimental poisoning by Brachiaria decumbens in feedlot sheep, 30(3):195-202

Abstract in English:

RESUMO.- Saturnino K.C., Mariani T.M., Barbosa-Ferreira M., Brum K.B., Fernandes C.E.S. & Lemos R.A.A. 2010. [Experimental poisoning by Brachiaria decumbens in feedlot sheep.] Intoxicação experimental por Brachiaria decumbens em ovinos confinados. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(3):195-202. Departamento de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS 79070-900, Brazil. E-mail: rlemos@nin.ufms.br Foi realizado estudo experimental de intoxicação por Brachiaria decumbens em ovinos confinados que receberam apenas esta forrageira como alimento. Os animais foram avaliados em três períodos do ano, com duração de 60 dias cada. As análises incluíram exame clínico e amostras de sangue para mensuração da atividade sérica das enzimas gama glutamiltransferase e aspartato aminotransferase com o objetivo de avaliar sua importância e utilidade no diagnóstico de fotossensibilização hepatógena causada pela planta. Foram descritos ainda, achados de necropsia e histopatológicos. Dos vinte e quatro animais confinados, cinco morreram no primeiro período (fevereiro a abril), quatro no segundo (junho a agosto) e dois no terceiro (outubro a dezembro), tendo como principais sinais clínicos anorexia, icterícia, fotofobia, dermatite leve, além de desidratação e apatia. Nos achados de necropsia foram constatados icterícia generalizada, vesícula biliar repleta e distendida, padrão lobular hepático evidente e, em dois casos, opacidade de córnea. As alterações microscópicas foram mais significativas no fígado com bilestase, tumefação e vacuolização de hepatócitos, sinusóides com macrófagos, proliferação de ductos e dúctulos biliares com infiltração linfocítica, que variaram na sua severidade conforme o tempo decorrido da ingestão da planta, além de imagens negativas de cristais no citoplasma de macrófagos presentes nos sinusóides hepáticos e no espaço periportal e cristais refringentes oticamente ativos, ocluindo a luz de ductos biliares. Os achados foram característicos de fotossensibilização hepatógena por B. decumbens, principalmente pela presença de fotofobia, mesmo quando os animais não apresentaram fotodermatite. O aumento da atividade sérica da gama glutamiltransferase teve alta correlação com a morte dos animais. O surgimento da elevação da atividade sérica de gama glutamiltransferase foi, em média, 11 dias antes da constatação dos sinais clínicos, validando sua importância no diagnóstico e na prevenção. A aspartato aminotransferase teve resultados inconsistentes. Treze animais não apresentaram sinais clínicos, apesar de serem constatadas significativas elevações nos níveis séricos das enzimas em questão, sugerindo a existência de indivíduos tolerantes/resistentes dentro do intervalo estabelecido. O modelo experimental foi adequado na caracterização da intoxicação de ovinos por B. decumbens, oferecendo subsídios para estimar preventivamente o risco de morte de ovinos intoxicados pela planta, além de ser útil para a realização de novos estudos da intoxicação por B. decumbens.

Abstract in Portuguese:

ABSTRACT.- Saturnino K.C., Mariani T.M., Barbosa-Ferreira M., Brum K.B., Fernandes C.E.S. & Lemos R.A.A. 2010. [Experimental poisoning by Brachiaria decumbens in feedlot sheep.] Intoxicação experimental por Brachiaria decumbens em ovinos confinados. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(3):195-202. Departamento de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS 79070-900, Brazil. E-mail: rlemos@nin.ufms.br Brachiaria decumbens was fed as exclusive source of food to feedlot sheep. Sheep were evaluated in three periods of the year, of 60 days each, regarding their clinical status and was performed collection of blood samples to measure enzymatic activity of gamma glutamyltransferase and aspartate aminotransferase to evaluate their diagnostic importance and usefulness besides the clinical signs, necropsy and histopathology finds in hepatogenous photosensitization Brachiaria related. Out of 24 feedlot sheep, five died in the first period (February-April), four in the second (June-August) and two in the third (October-December). Main clinical signs were anorexia, jaundice, photophobia and two cases of slight dermatitis, besides dehydration, apathy and corneal opacity. Necropsy revealed generalized jaundice, distended gall bladder and liver with evident lobular pattern. The histological changes varied in severity according the time after the beginning of the plant ingestion; they were more significant in the liver and included bilestasis, swelling and vacuolation of hepatocytes, foammy macrophages, bile duct proliferation and mononuclear inflammatory cell infiltration, further crystal negative images were found within cytoplasm of macrophages present inside of hepatic sinusoid and in the periportal space and also optically active refringent crystal in the lumen of bile tubules. These finds are characteristic of hepatogenous photosensitization, mainly by presence of photophobia, even when the sheep did not present photodermatitis. The results of serum biochemistry activity, during the course of poisoning with strong relation between increased gamma glutamyltransferase activity, and lethality. Onset of arising gama glutamyltransferase activity was 11 days, in average, before beginning of clinical signs. Aspartate aminotransferase had increased activity only close to the beginning of clinical signs. Serum biochemistry results of GGT suggest that they are useful for a precocious diagnosis preventing deaths caused by ingestion of B. decumbens. Thirteen sheep didn’t show clinical signs despite significant increases on serum enzyme activity, suggesting the existence of tolerant/resistant individuals. The experimental model of feedlot was adequate to study B. decumbens toxicosis in sheep.


Colégio Brasileiro de Patologia Animal SciELO Brasil CAPES CNPQ UNB UFRRJ CFMV